Força empreendedora avança na complexidade das favelas
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Um olhar não estereotipado sobre as favelas certamente colocará em evidência a potência existente nelas. Segundo o Data Favela 2023, o país tem 13.151 comunidades desse tipo, com 17,9 milhões de moradores. Destes, 5,2 milhões já empreendem e sete em cada 10 pretendem abrir negócio próprio.
Sem desconsiderar problemas que afetam as comunidades, o seu cotidiano carrega aspectos positivos e inspiradores que precisam ser evidenciados. Entre eles, a busca, por seus habitantes, de iniciativas para qualificar a vida e o trabalho nesses espaços.
A Besouro e a metodologia de educação empreendedora By Necessity nasceram dessa certeza de que a maioria das pessoas que vivem nas favelas tem potencial para agregar bem-estar e valor a suas realidades. A principal tarefa que assumimos como organização social é a de disseminar conhecimento, principalmente entre aqueles que ainda estão nos estratos mais baixos da pirâmide social. O intuito é ajudá-los a concretizar (e sustentar) o sonho de ter o próprio negócio.
Com a maior visibilidade, reverbera a realidade complexa das favelas, que estão muito longe da estagnação e da homogeneidade
Temos tido a oportunidade de levar a educação empreendedora a milhares de residentes em favelas por meio de projetos como o Porto+Criativa, em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e o grupo Carrefour, ou o Meu Trampo, em colaboração com a prefeitura de São Paulo.
Além da Besouro, há muitas organizações e iniciativas interessadas em estimular e fortalecer essas economias. Com a maior visibilidade, reverbera a realidade complexa das favelas, que estão muito longe da estagnação e da homogeneidade. Ao contrário, elas são marcadas pela vitalidade e pela capacidade de superação, e por moradores com os mais variados perfis, interesses, desejos e necessidades. Isso tudo precisa ser – e está sendo, felizmente – reconhecido e valorizado por autoridades, mercado e sociedade.
O objetivo de todos, definitivamente, não deve ser o de “acabar com as favelas”, mas o de reconhecer suas forças e encontrar formas para catalisá-las. Assim, haverá melhores condições para que as comunidades se desenvolvam e decidam, por elas mesmas, os rumos que querem tomar.
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