Empiricus e Besouro vão levar educação financeira para a população carcerária

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A Empiricus vai levar sua “jornada de liberdade financeira” para dentro das prisões. Em uma parceria com a Agência Besouro, a casa de análise e de educação financeira vai capacitar presos no Estado de São Paulo para que possam se preparar para a vida fora da prisão. 

O acordo, que está sendo alinhado com a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, prevê a capacitação inicial de 35 pessoas acima de 25 anos. A ideia é que eles atuem como multiplicadores de conhecimento, ajudando as suas famílias a cuidar melhor das finanças e se livrar de dívidas. Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, dois dos sócios
fundadores da Empiricus, farão mentorias presenciais, juntamente com um facilitador da Besouro.

A Besouro foi fundada por Vinicius Mendes Lima em Porto Alegre e é voltada para a capacitação em programas de geração de renda ou inserção profissional para pessoas em vulnerabilidade social, em parcerias com empresas e o poder público. Desde 2009, 200 mil pessoas foram capacitadas com a metodologia da agência de educação empreendedora "By Necessity".

O novo programa tem duração de três meses, com encontros semanais presenciais. O material pedagógico será produzido pela Besouro em parceria com a Empiricus e tratará de temas como controle de gastos, redução de endividamento e uso consciente de crédito. A metodologia parte de casos práticos, vividos pelos próprios participantes e seus familiares.

– Sempre enxergamos a educação financeira como uma ferramenta poderosa de transformação social, e levar esse conhecimento para dentro das unidades prisionais é uma oportunidade de contribuir para a reintegração de pessoas em situação de vulnerabilidade. Existia um desafio de saber como chegar às unidades e operacionalizar esse projeto, e a parceria com a Besouro veio para conseguirmos colocar o programa em
prática — diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus. 

Esta é a segunda iniciativa da Besouro com a população carcerária. A instituição é parceira do Ministério da Justiça, com o qual desenvolveu o programa “Reintegro” em 2022. O programa qualificou cerca de 100 apenados para o mercado de trabalho.

– São pessoas que vão voltar à sociedade e que, com acesso à informação, podem melhorar a suas próprias vidas e de seus familiares, atuando como multiplicadores desse conhecimento. E o equilíbrio financeiro, assim como o acesso a trabalho e renda, é condição para uma vida digna nessa retomada — diz Lima.

O sucesso do programa será medido a partir do acompanhamento dos alunos e a redução do endividamento familiar. A expectativa é que, ao final do programa, ao menos 60% dos participantes consigam reduzir o endividamento de suas famílias.