Agência Besouro de volta à Tanzânia

Feirante em Dar es Salam, na Tanzânia: empreendedorismo desempenha papel importante na economia local
Em maio, a Agência Besouro chegou novamente à África, dessa vez na Tanzânia, para capacitar jovens empreendedores locais de 19 a 30 anos. Nas aulas, ministradas de forma online, a partir de conteúdos que combinam teoria e prática, os participantes acessam saberes indispensáveis a quem quer abrir ou aperfeiçoar um negócio próprio sem a necessidade de investimentos altos.
“A By Necessity tem papel transformador e potencial de inclusão econômica. Permite a estruturação de modelos de negócios com potencial, incrementar os níveis de maturidade dos alunos para os negócios e aumentar as possibilidades de conseguir aportes financeiros de entidades apoiadoras do desenvolvimento local”, avalia Afonso Martin, coordenador de projetos da Agência Besouro.
A retomada dos trabalhos na Tanzânia foi viabilizada pela aliança com a Global Peace Foundation (GPF), parceria já de longa data. A GPF, em conjunto com a Agência Besouro, trabalha para promover a articulação com parceiros institucionais locais e, assim, atender e beneficiar populações periféricas em diferentes países, como Etiópia, Nigéria, Libéria, entre outros. Desde a aproximação entre as duas organizações já foram realizados cursos em 15 nações, com pelo menos 30 mil inscritos.
Na Tanzânia, o projeto recebe o nome de Vijana (que significa “jovens”, em suaíli, idioma oficial do país juntamente com o inglês) Impact Hub, homônimo de uma entidade local que visa a fomentar o empreendedorismo e a formação de lideranças jovens. Os materiais didáticos utilizados em aula foram adaptados de forma a responder a particularidades do contexto tanzaniano.
A importância do empreendedorismo no contexto tanzaniano
A Tanzânia foi um dos países africanos que se sobressaiu, no início do milênio, pelo crescimento contínuo de sua economia, especialmente até o ano de 2020. Essa melhoria – que conduziu em torno de 66 milhões de habitantes à classe média – é comumente atribuída à duradoura estabilidade política, mas, também, à localização estratégica do país ao longo do Oceano Índico, o que fomenta uma economia resiliente e diversificada.
Cerca de 65% da população da Tanzânia vive no campo, o que explica a agricultura como principal atividade produtiva. Predominam os cultivos de milho, arroz, sorgo, milheto, bananas, mandioca, batata-doce, cevada, batata e trigo. Apesar das conquistas socioeconômicas nas últimas décadas, em 2024 a Tanzânia ocupou a 31ª posição entre as nações mais pobres do mundo em uma lista que considera Produto Interno Bruto (PIB) per capita, custos de vida e taxas de inflação, valendo-se da paridade do poder de compra (PPP).
Nesse cenário, o empreendedorismo tem desempenhado um papel cada vez mais relevante na transformação socioeconômica da Tanzânia. Em um país onde a juventude representa uma parcela significativa da população, iniciativas empreendedoras são vistas como uma via concreta para reduzir o desemprego e impulsionar o desenvolvimento local, especialmente nas áreas rurais.
Visualizações