Mês das Crianças e as oportunidades para gente grande

O Dia das Crianças, que no Brasil é celebrado no dia 12 de outubro, converteu-se em uma das principais datas do varejo nacional. No início do mês, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou uma pesquisa, realizada nas capitais brasileiras, que indicava que 73% dos consumidores pretendiam comprar algum presente para marcar a data, movimentando R$ 18,8 bilhões no comércio - R$ 5 bilhões a mais do que em 2022.
A participação dos produtos e serviços dedicados aos públicos infantis e juvenis é cada vez mais expressiva em diferentes segmentos. Segundo projeções da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), por exemplo, o mercado nacional de brinquedos deve crescer 7% e faturar R$ 9 bilhões em 2023.
Já a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estima que a moda infantil deve avançar em média 6% ao ano no país, e hoje já representa aproximadamente 16% do setor. Ainda, de acordo com a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), as micro e pequenas empresas correspondem a 90% do setor de vestuário, o que indica a viabilidade desses negócios mesmo entre pequenos empreendedores.
Nesse cenário, empreendimentos dedicam atenção especial para atender aspirações e demandas infantojuvenis. Por exemplo, é cada vez mais comum restaurantes oferecerem cardápios especiais ou, ainda, os espaços kids, para receber e entreter os clientes.
Brinquedos educativos também ganharam espaço nos últimos anos, incluindo desde peças e jogos produzidos artesanalmente a opções mais sofisticadas, como os laboratórios de ciências que incentivam a molecada às experimentações.
Um segmento já consolidado há muito e que segue forte é o de aluguel de brinquedos para festas. A gaúcha Neusa Regina Souza Chassot, 54 anos, também conhecida como “Rê” ou “Tia Rê”, há pelo menos 15 anos instala camas elásticas para crianças divertirem-se na Praça México, no Jardim Leopoldina, na Zona Norte de Porto Alegre (RS), e fez disso uma de suas principais fontes de renda.
O ingresso de da empreendedora nesse ramo aconteceu meio que ao acaso: quando seu filho completaria dois anos, ela queria alugar brinquedos para a festa. Pesquisou muito, teve dificuldades para encontrar fornecedores e os preços não eram nada divertidos. Ela resolveu, então, comprar uma cama elástica e recuperar o investimento alugando o equipamento a outras famílias. Deu certo.
Hoje, paralelamente ao trabalho na praça, Neusa segue com a locação não apenas do pula-pula, mas também de outros brinquedos, como piscinas de bolinhas.
Já a artesã Lucimara Aparecida Alves Vieira da Silva optou por dedicar-se ao ramo de bordados e costuras, e à confecção de peças para recém-nascidos, que ajudam também os papais e mamães.
A decisão por trabalhar com isso foi tomada quando ela engravidou de seu caçula, Davi. “Comecei a estudar sobre maternidade e defini que seria esse o nicho. Eu queria ajudar as mamães, especialmente, a terem mais facilidades no seu dia a dia, bastante corrido quando se tem um bebê”, explica.
A proximidade com clientes e a escuta cuidadosa sobre os desejos e preferências deles são traduzidas nas naninhas, bonecas, bolsas de maternidade, porta carteira de vacinação, entre outros itens elaborados pela empreendedora na sua Lu Alves Costura Criativa.

A paulistana Suzani Araújo, por sua vez, decidiu literalmente “fazer a festa” de crianças e adolescentes e abriu um negócio no ramo de decorações (que hoje já passou a abranger também outros eventos, como casamentos).
O começo na atividade aconteceu quando ela optou por, no primeiro aniversário de sua filha, não apenas celebrar em casa, mas também assumir a tarefa de ornamentar o espaço.
Suzani se apaixonou pela tarefa e resolveu investir nela. No início, atendia apenas familiares e amigos próximos, mas, quando sentiu que havia “pegado o jeito”, passou a ajudar, com seus serviços, a qualquer pessoa interessada em realizar sonhos de promover festas inesquecíveis.
Alunas de capacitações em empreendedorismo realizadas pela Besouro, Neusa Regina, Lucimara e Suzani reforçam o potencial do mercado infantojuvenil para micro e pequenas(os) empreendedoras(es). Suas trajetórias demonstram que, com dedicação e conhecimento, é possível aproveitar celebrações como o mês das crianças - e outras que estão por vir, como o Natal - para alavancar os negócios e ter sucesso na área.
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